A cultura do vinho nas escolas
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- Categoria: a história do vinho
Certamente é difícil separar a história do vinho da história dos povos do Mediterrâneo. Então, será que não é o caso de estudá-la, nas escolas?
Baseado principalmente nessa ideia, o senador italiano Dario Stefàno apresentou um projeto de lei inusitado: introduzir “História e Cultura do Vinho” como disciplina curricular obrigatória na Itália.
Segundo o projeto, os alunos que poderão vir a ter esse conteúdo são os matriculados nas escolas primárias (ensino fundamental 1), secundárias de 1º grau (ensino fundamental 2) e secundárias de 2º grau (ensino médio). Ou seja, todos os alunos das escolas italianas, a partir dos 6 anos de idade.
Em um evento oficial para apresentar o projeto de lei para a imprensa, o senador disse: “Não existe nenhum pedaço da história do nosso país que não cruze com eventos relacionados a uvas e vinho. Temos que começar a ensinar o que é a Itália também pelas características de identidade que acompanharam todos os passos mais importantes da nossa história. É hora de incluir a “História e Cultura do Vinho” no conhecimento das nossas crianças.
Não se trata de reforçar o ensino técnico em escolas profissionalizantes. Pelo menos não agora. A intenção é colaborar para a riqueza de conhecimento geral das novas gerações, por meio da história do vinho, e do papel dessa cultura na história da Itália e do Mediterrâneo.
A ideia é fazer as crianças e os jovens entenderem o papel cultural e folclórico do vinho para os italianos, o patrimônio cultural por trás das centenas de cepas nativas do país, e até mesmo a importância econômica desse setor.
Aos que consideram esse projeto um incentivo ao consumo precoce de álcool, o senador rebate dizendo exatamente o oposto, que a cultura e a educação são as melhores maneiras de prevenir os excessos. E que a ideia é enriquecer a educação dos jovens.
Attilio Scienza, professor da Universidade Católica do Sagrado Coração, também presente no evento, explicou que o jovem atual, quando aprende a consumir álcool fora de casa, o faz com o objetivo de embriagar-se. Trazer a história e a cultura do vinho para dentro da escola, como estava antigamente dentro das casas e no seio das famílias, é ensinar que a origem do vinho origem está na identidade e no sentimento de pertencimento. Beber vinho não é uma gratificação física, e sim, cultural, por meio da história que há por trás dele.
Acrescentou também, Riccardo Cotarella, presidente da Assoenologi (Associazione Enologi Enotecnici Italiani), que o vinho deve primeiro ser abordado pela mente, para depois ser abordado pelos sentidos, e que ensinar sobre o vinho nas escolas significa ensinar também sobre a importância de se beber com inteligência e moderação.
Será que isso vira lei, na Itália?
Para encerrar, se quiser saber mais sobre a produção de vinhos italianos, clique aqui.
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