De folha em folha
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- Categoria: desmistificando
Ampelografia. O que isso tem a ver com o vinho?
Comecemos pelo nome, que deriva das palavras gregas Ampelos (videira) e Graphe (descrição).
A ampelografia é uma especialização, no campo da botânica, que estuda a identificação e classificação das videiras. A ciência da ampelografia surgiu e desenvolveu-se durante a época do Renascimento, muito antes dos recursos de análise genética estarem à nossa disposição.
E sabe como os ampelógrafos diferenciam uma variedade da outra?
Até meados do século 20, as descrições baseavam-se na análise dos cachos de uva, e a ampelografia era quase um jogo de adivinhação, exageros à parte...
Depois da II Guerra Mundial, entretanto, uma nova abordagem foi desenvolvida a partir do trabalho de Pierre Galet, considerado o “Pai da Ampelografia”.
Galet baseou o seu sistema de avaliação na análise de folhas, brotos, flores, cachos, sementes..., observando, principalmente, o tamanho, a forma e a estrutura das folhas da vinha!
Em 1952, Pierre Galet publicou uma obra, identificando nada menos que 9.600 diferentes castas! Para ler sobre algumas delas, clique aqui.
Com sua paixão pelas vinhas, Galet deixou um importante legado para o mundo do vinho.
O advento dos testes de DNA, sem dúvida, representou um novo e importante passo nessa ciência. Foi a partir daí que obtivemos respostas para a origem de algumas cepas, e para a relação de parentesco que há entre algumas uvas.
Mas apreciar como a natureza é detalhista, e como ela é capaz de desenhar diferentes folhas para os vinhedos, foi e continua sendo um prazer. Além de ser uma ciência.
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